Em um mercado cada vez mais competitivo, a criatividade também é fator determinante para o contador na hora de realizar uma gestão contábil eficiente. No entanto, a contabilidade criativa é uma estratégia que deve ser utilizada com cautela e os profissionais que a praticam precisam estar atentos.
Neste artigo você vai conhecer um pouco mais sobre o termo gestão contábil criativa e entender a melhor forma de aplicá-la. Confira!
O que é gestão contábil criativa?
A gestão contábil criativa é uma estratégia adotada pelas empresas para se tornarem mais atrativas no mercado e conseguirem investimentos e financiamentos de terceiros.
Na prática, é uma forma de modificar as informações patrimoniais de uma organização, na qual o contador se utiliza de flexibilidades e omissões – permitidas pelas normas contábeis, para elaborar formas de apresentar da melhor maneira possível as demonstrações financeiras da empresa, com objetivo de obter recursos de investidores e, assim, contribuir para o crescimento do negócio.
Essa estratégia pode criar, em curto prazo, oportunidades para que as organizações aumentem os valores de suas ações e reduzam os custos do capital, já que esse tipo de tática não exige altas aplicações.
Como implantar uma gestão contábil criativa sem correr riscos?
De maneira geral, a aplicação desse método pode “maquiar” o patrimônio da empresa e melhorar, ou piorar, a sua situação financeira perante terceiros. Em suma, podemos subdividir os objetivos desse tipo de contabilidade em três:
- Agressiva: realiza ações para transformar as contas em positivas.
- Conservadora: apontam as contas negativas.
- Maquiadora: modificam índices, como riscos, confiança, imagem social, entre outros.
Cada uma dessas ações pode causar diferentes impactos nas empresas, conforme especificamos abaixo:
Modificar os resultados contábeis
Modificar os resultados contábeis tem como objetivo alterar a imagem da empresa no mercado, seja para atrair ou para afastar o interesse de terceiros. Essa ação pode ser classificada como:
- Agressiva: tem como meta aumentar o valor patrimonial, melhorar a saúde financeira da empresa e melhorar sua posição para negociar contratos.
- Conservadora: tem como objetivo mostrar uma situação pior para o mercado, a fim de ocultar o cenário da empresa diante da concorrência, por exemplo.
- Maquiadora: tem como foco fortalecer as finanças e apresentar menor risco para estabilizar a remuneração dos gestores e atrair investidores.
Facilitar negociações
As modificações da gestão contábil criativa, quando envolvem questões contratuais, têm como objetivo alterar a posição da empresa diante de negociações com parceiros, fornecedores, governo, aliados e outras organizações. Nesses casos, as ações podem ser exercidas de modo:
- Agressiva: resultam em bons indicadores de rentabilidade, liquidez, endividamento e solvência, com o objetivo de melhorar a posição da empresa em relação aos contratos.
- Conservadora: demonstram indicadores negativos, permitindo um cenário favorável para a renegociação de contratos.
- Maquiadora: reduzem os ganhos a fim de aumentar o nível de confiança.
Imagem da empresa
Aqui, o objetivo é manipular a imagem da empresa com foco nos interesses políticos e sociais e, assim como nos casos anteriores, pode ser:
- Agressiva: altera os indicadores para positivos com o intuito de cumprir imposições legais, corresponder às exigências sociais e apresentar uma gestão responsável.
- Conservadora: demonstra maus indicadores e, com isso, a situação negativa permite usufruir de recursos públicos, reduzir dívidas fiscais e tributárias etc.
- Maquiadora: tem como objetivo evitar as excessivas flutuações que podem prejudicar a imagem social e política da organização, além de evitar a redução de tarifas em setores regulados e melhorar o planejamento do pagamento das dívidas, entre outros.
Por que implantar uma gestão contábil criativa?
Antes de mais nada, é preciso deixar claro que a prática da gestão contábil criativa deve ser exercida somente por contadores experientes, que devem contar com a confiança e apoio da empresa contratante.
É importante destacar que a gestão contábil criativa deve ser aplicada apenas em casos específicos e que há maneiras de implantar essa metodologia de forma segura, sem correr riscos de cometer alguma ilegalidade.
Também é importante salientar que o contador precisa se atentar a certos detalhes para que ele não comprometa a credibilidade da organização, além de garantir a segurança financeira da contratante e a confiança de potenciais investidores.
Vale ressaltar que a prática rotineira desse método pode trazer danos tanto para empresa quanto para a imagem do profissional envolvido no processo.
E qual seria a melhor forma de aplicar uma gestão contábil criativa sem correr riscos de cometer uma ilegalidade, e até mesmo um crime?
O primeiro passo é criar a “impressão” de um cenário melhor da empresa para os investidores. Veja bem: isso é diferente de sonegar impostos, que é considerado crime e pode levar a processos e multas pela Receita Federal.
Assim, a gestão contábil criativa pode ser aplicada apenas em casos de necessidade e em curto prazo, com o objetivo de conquistar bons investimentos, redução de impostos, financiamentos com juros reduzidos e uma melhor economia de capital.
Como você pode constatar, a gestão contábil criativa pode ser utilizada para conseguir alguns benefícios, principalmente os relativos a cálculos de impostos. Mas, para aplicá-la corretamente, é preciso contar com o conhecimento de um contador experiente e de confiança.
Somente um profissional especializado pode ajudar a empresa a elaborar um planejamento eficiente e mostrar o melhor modo de apresentar as demonstrações financeiras para captar recursos, garantir a credibilidade e maior segurança financeira, além de contribuir para o desenvolvimento do negócio.
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